segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Toda viagem em três tempos

"O filósofo Michel Onfray divide toda viagem em três tempos.

O tempo ascendente do desejo e dos preparativos da viagem, o tempo excitante da descoberta do novo e do desconhecido e o tempo descendente do retorno ao lar.

A viagem não existiria sem o retorno às raízes e ao lugar seguro. A pessoa sem endereço fixo não é viajante, e sim errante. Nós precisamos ter um ponto fixo para, de tempos em tempos, nos tornarmos viajantes.

Somos viajantes porque sabemos que temos nesta terra um lugar onde retornar com as malas e as lembranças.

Após a viagem e seu movimento frenético, após o uso máximo das nossas capacidades físicas, intelectuais e emotivas, precisamos do retorno e do repouso para recuperarmos as forças e energias gastas.

Precisamos reencontrar nossa cama, nossos livros, papéis e canetas, nosso cotidiano ritmado e organizado. Após os sobressaltos, alegrias e surpresas do percurso, nossa casa se torna um desejo manifesto.

Mas quando voltamos, já não somos os mesmos. Porque retornar significa voltar de algum lugar, com outro estado de espírito. O tempo excitante da viagem é substituído pelo tempo descendente da assimilação lenta de tudo que vimos, provamos, tocamos, sentimos.

No tempo descendente do retorno, durante o repouso do cansaço da viagem, amadurecemos a experiência . O que descobrimos sobre o estrangeiro? E o mais importante, o que descobrimos sobre nós mesmos?

Nesta hora organizamos nossas lembranças. Qual foi o melhor momento? Qual a pior lembrança? Quais as comparações entre os lugares percorridos e nosso quotidiano familiar? Quais nossas certezas e incertezas.

O retorno, para nós, é a garantia de que daqui a pouco partiremos de novo."


Onfray, Michel.
Théorie du voyage.
Poétique de la géographie, Le Livre de Poche.

sábado, 26 de outubro de 2013

17/10/2013

Percurso percorrido - Calama-Chile / San Pedro de Atacama-Chile

Distância Total - 100 km

Horário Saída: 14:00 Chegada: 15:00

Oração do dia ...

Como a loja do Roberto só abriria as 10, resolvemos acordar sem despertador!
No hotel que ficamos, o pior até agora, não tinha café da manhã e acho que o prerrequisito pra ficar é fumar no quarto! Dale bom ar....

Fomos de taxi para a loja, deixamos as malas e fomos andar pela cidade e aproveitar pra tomar café da manhã.
Voltamos a moto já estava pronta e pegamos estrada com destino a San Pedro de Atacama, desta forma chegaríamos mais cedo e aproveitaríamos para ir até o Vale da Lua (Depressão no meio da Cordilheira do Sal).

A estrada continua linda e a chegada a San Pedro é fantástica, mais altitude e a vista para os 6 principais vulcões ( Corona, Lascar em atividade, Licancabur, Miniques, Miscanti, Ojos del Salado) é de babar.

Chegamos a cidade e demos uma volta geral na cidade, na verdade é praticamente uma cidade de hotéis e restaurantes. O visual é indescritível e a não se vê carros nas ruas estreitas da cidade. As pessoas andam a pé e/ou bicicleta.

Mesmo com tantos hotéis foi difícil encontrar, a maioria lotado, encontramos um hotel (+-) deixamos nossas coisas e fomos almoçar, chegamos ao restaurante fomos super bem recebidos e nos informaram que também tinha a parte de hotelaria com quartos novos, wi-fi e estacionamento nos fundos. Olhamos as instalações e realmente show de bola. O Rudeon foi logo falando que iríamos buscar nossas coisas, ficamos rindo e deixamos a bomba pra ele, pois teria que cancelar a reserva no outro que já havíamos deixado as coisas, mas como ele mesmo disse: " Cara ninguém me conhece aqui, vou lá e não quero nem saber! A cama de casal é minha!" .... kkkk
Fizemos o pedido do lanche e enquanto isso fomos buscar as coisas, a dona do outro ficou "puta" da vida e o marido dela resmungando que isso não podeira ser assim....nem demos bola pegamos tudo em segundos, demos uma grana pra limpar o quarto e fomos embora......
Ficamos muito bem instalados com o ambiente do hotel muito legal. Fomos até umas das agências de turismo para comprarmos o passeio para os "Geysers de Tatio". A Van nos pegará no hotel as 4:00, fomos informados para ir bem agasalhados, a temperatura é até agradável 10 graus abaixo de 0 (-10º).

Tiramos toda a bagagem das motos, pegamos estrada com destino ao Vale da Lua que havíamos visto a placa na chegada, andamos feito loucos (+60 km de cascalho e sal) e nada de Vale da Lua, nem placa! O Leo sofrendo com a Versys, parecia que estava esquiando.
Voltamos e resolvemos seguir as Vans de turismo, pedimos indicação e fomos informados que e entrada do Vale da Lua estava a 12 km da cidade, estávamos do outro lado. Conseguimos chegar a entrada, mas já havia passado da hora. Voltamos para o hotel, banho e fomos andar pela cidade. Muito show.....
Jantamos em um restaurante muito louco e cama....

Por hoje foi só, amanhã nada de moto e vamos de van....

Fiquem com Deus.
































16/10/2013

Percurso percorrido - Antofagasta-Chile / Mão do Deserto-Chile / Calama-Chile

Distância Total - 360 km

Horário Saída: 10:00 Chegada: 18:30

Oração do dia ...

Acordamos cedo e hoje foi o tão esperado dia para ir até a Mão do Deserto (Mano Del Desierto), como havíamos pesquisado, a tal mão fica ainda mais ao sul sentido Santiago na rota 5.
Tomamos café e fomos direto, passamos por industrias enormes de fundição, e a estrada continua a mesma, deserto com a paisagem fantástica e muito vento lateral as motos chegam a ficar uns 80 graus de inclinação. Mas como nossa meta é sempre chegar com segurança a velocidade diminui.
Não demorou e fomos logo avistando a placa com indicação da mesma. Não tem como não avistar, realmente vale o esforço e nossos 540 km de volta só para vera tal mão.
Tiramos várias fotos e subimos em um morro para vê-la de longe. Ainda na mão encontramos com muitas pessoas que viajem com o mesmo objetivo, realmente é um marco.

Pegamos a estrada novamente com destino a San Pedro de Atacama, voltamos os 270 km e neste percurso passamos por várias carretas com tratores enormes das mineradoras, lindo de ver!
Chegando a Calama, em uma ultrapassagem minha moto (XT 660R) fez um barulho muito estranho e fui logo encostando. A relação (corrente, coroa e pinhão) não aguentou o deserto. Mas como Deus está sempre do nosso lado, isso aconteceu a 5 km de Calama, e por incrível que pareça encontramos logo a concessionária Honda, mas tinham a corrente!  E em frente a "Firma Calama Motors", representante de muitas marcas, inclusive Yamaha! Fantástico! O Roberto nos recebeu muito bem e foi logo levando minha moto para a oficina e todos os seus mecânicos (01 peruano, 1 colombiano e 1 boliviano) foram logo dando a geral em todas as motos, lavando e lubrificando!
E para a minha ficou o Colombiano, muito bom por sinal. Trocou a corrente, o pinhão e a corou resolvemos usar a mesma até Foz do Iguaçu, so contrário teríamos que esperar 2 dias para chegar de Santiago, eles só tinham da 2011, não servia.

Ficamos conversando por horas com o Roberto e nos deu uma aula de motos no deserto, estávamos tudo errado.

Todas as motos ficaram na loja e fomos de taxi para o Hotel, foi dificil encontrar hotel, ficamos em um "boca de porco" e caro, mas foi o único!

Saimos pra jantar e comemos Pollo, com papas, arroz....

Bom foi isso!
Tudo certo amanhã tem mais....

Fiquem com Deus.















15/10/2013

Percurso percorrido - Arica-Chile / Antofagasta-Chile

Distância Total - 760 km

Horário Saída: 7:00 Chegada: 18:00

Oração do dia ...

Acordamos bem cedo, arruamos tudo: cambio dos soles que restaram para pesos chilenos e mais o que iriamos gastar no Chile, compramos galão para reserva de gasolina, aguá, lanche e pé na estrada!

Não demorou muito e ali estava o que mais queríamos: sol, areia - muita areia, calor e retas. Mas estávamos preparados outo cenário, já existem paradas no meio do deserto com combustível, almoço, água, sombra e a internet é top acreditem se quiser. Liguei para várias pessoas de lá e já publiquei algumas fotos dali mesmo.

Como o próprio nome já diz, é realmente deserto com possibilidade de parar a tirar fotos no meio da pista, faz parte e ajuda a passar o tempo no calor escaldante e retas intermináveis.

O visual é lindo e em algumas partes o vento lateral nos força a manter a moto com +- 80 graus de inclinação, é perigoso e nos ajuda a manter acordados, cansa mas nada insuportável.

Em alguns locais existe uma vegetação baixa e acreditem se quiser, alguém mora ali!